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Alunos do IFPA e Sistema Inove conquistam primeiro lugar na Febrace 2020

  • Publicado: Quinta, 07 de Mai de 2020, 12h07
  • Última atualização em Quinta, 07 de Mai de 2020, 12h07
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Invenção tecnológica elaborada por alunos do Instituto Federal do Pará (IFPA) e do Inove de Abaetetuba, conquista o primeiro lugar no Prêmio Marinha do Brasil Mentalidade Marítima, uma das categorias de premiação da 18ª edição da Febrace -Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (USP).

Um Mini-transponder foi a solução apresentada para prevenir e reduzir as chances de ocorrência de acidentes de entre pequenas embarcações nos rios da região. Em Abaetetuba, mais da metade da população é ribeirinha, depende majoritariamente de embarcações aquáticas para ir de um lugar para outro. O fluxo de pequenos barcos pelos rios é intenso, a velocidade dos veículos e a inexperiência dos pilotos são fatores que ampliam as chances de colisões em trechos com pouca visibilidade como, por exemplo, nas curvas dos rios e igarapés. À noite o risco dobra. Como os pilotos não contam com dispositivo para identificar e alertar sobre a presença de outros veículos se aproximando, os acidentes são frequentes.

O desafio da pesquisa foi desenvolver um produto economicamente viável, de fácil manuseio e manutenção. Os jovens produziram os protótipos que emitem rádio frequência usando placa de Arduíno UNO, emissores e receptores, display, lâmpadas led e lógica de programação para realizar a comunicação de alerta e evitar o choque entre as embarcações. O sistema é alimentado via placa solar. O estudo foi apresentado por meio do projeto “Mini-transponder para embarcações: para prevenção a acidentes na região ribeirinha de Abaetetuba-PA”.

Após ser submetido à Mostra de Ciência e Tecnologia da Escola Açaí (MCTEA) realizada em Abaetetuba em 2019, o trabalho conquistou o segundo lugar no evento e uma vaga para participar da Febrace 2020. A equipe responsável pela inovação é composta pelos estudantes do Instituto Federal do Pará (IFPA), campus Abaetetuba, Marco Antônio Sousa da Silva e Rômulo Figueiredo Farias, e pelo estudante do Sistema Inove, Daniel Gonçalves da Silva. A orientação da equipe foi feita pelos professores Gilberto Luis Sousa da Silva e Letícia Maria Viana Alves. Gilberto é Coordenador de Incentivo a Pesquisa da Secretaria Municipal de Educação de Abaetetuba e presidente do Instituto Açaí: Ciência e Cidadania na Amazônia.

Marco Antônio, que é estudante do curso Técnico em Edificações no IFPA, explica que no decorrer do projeto tiveram que superar algumas dificuldades com relação a programação do dispositivo. “Ele tem um emissor e um receptor de rádio frequência em cada protótipo e o mais difícil foi fazer com que o emissor não reconhecesse o próprio receptor”.

Foi preciso fazer vários protótipos e testes para observar o correto funcionamento dos transmissores e demais componentes do equipamento acrescenta o estudante do curso Técnico em Informática, Rômulo. “Testamos o algoritmo para ver se estava certo. Depois, começarmos a juntar transmissores e receptores em um único protótipo; implementar os LEDs, a buzina e o display. Foram montados vários protótipos, pois era necessário ter a certeza que cada componente estava adequado ao projeto. Os passos foram dados de forma cautelosa a fim de evitar erros. Nossa maior preocupação era se iriamos conseguir manter as distâncias, então sempre que fazíamos alguma alteração, íamos para a rua testar o aparelho. Quando todo o sistema estava pronto, nós fizemos o teste no rio com auxílio de amigos que disponibilizaram três rabetas”.

De acordo com os pesquisadores, a utilização do equipamento permite detectar uma outra embarcação no raio de 150 metros. Quando um detecta outro dispositivo, uma lâmpada começa a piscar, alertando o condutor de que existi uma embarcação nas proximidades daí em diante, logo basta o piloto diminuir a velocidade e ir com mais atenção para evitar a colisão, além de que no display do equipamento aparece as informações da embarcação como o nome do proprietário o tamanho da embarcação e o código como se fosse a placa de um carro. Estimam que o valor do produto seja 80% mais barato que os ofertados pelo mercado, pois os componentes são de baixo custo quando comparados a produtos similares.

Sobre a participação na Febrace, Rômulo afirma que é muito importante a participação em feiras científicas. “Nelas podemos ter outras visões do mundo; ver através do olha de um colega que detectou um problema que eu ainda não havia visto ou que não pertence a minha realidade; ver e aprender com eles novas soluções. Participar da Febrace é uma experiência muito gratificante pois é uma feira com renome nacional o que dá mais credibilidade para o projeto e é um privilégio poder participar”. Quanto ao projeto, Rômulo destaca que o mundo da computação oferta muitas possibilidades e uma delas é a engenharia. “Perceber que desde de cedo eu já demonstro capacidades de construção tecnologias é muito bom para minha formação profissional”.

Daniel, outro membro da equipe, é um colecionador de prêmios e tem certa experiência em algumas feiras científicas. Conquistou o segundo lugar na MCTEA 2017. “Com essa classificação ganhei uma credencial pra MOSTRATEC JUNIOR em Novo Hamburgo/RS em 2018. Também participei da Mostra Nacional de Feiras em Campo Grande/MS durante a SPBC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-. Ganhei o primeiro lugar na minha categoria, tive a oportunidade de ampliar meus conhecimentos sobre novas realidades e novas culturas. E hoje estou com esse novo projeto que foi apresentado na MCTEA 2019, e primeiro lugar na Febrace Prêmio da Marinha do Brasil”. Devido ao seu desempenho, ganhou bolsa integral no Colégio Inove em Abaetetuba. De acordo com o professor Gilberto, o exemplo de Daniel revela que se envolver com a pesquisa desde cedo faz total diferença, não importa as condições financeiras, onde estude ou o lugar onde more, basta querer e acreditar em você mesmo.

“A Marinha analisa todos os projetos voltados aos seus objetivos, preservação da vida e dos rios brasileiros. No Estado do Pará, a utilização do barco como meio de transporte é muito comum e principalmente as embarcações pequenas como rabeta, rabudo, lanchas, voadeiras e canoas. Essas embarcações não têm nenhum tipo de equipamento sinalizador e, por isso, os acidentes são frequentes. Conforme os dados da Marinha, no ano passado, o número de sinistros cresceu 16%. Criamos um Mini-transponder que é um dispositivo de comunicação eletrônica, capaz de detectar qualquer embarcação que estiver se aproximando. Esse projeto é muito relevante não só para nossa região, mas para o Brasil e o Mundo. O prêmio é um reconhecimento da importância do nosso trabalho. Prova a importância do apoio das instituições públicas ou particulares no desenvolvimento de pesquisas na educação básica como o que recebemos do IFPA campus Abaetetuba e do Sistema Inove”, conclui o professor Gilberto sobre o primeiro lugar no Prêmio Marinha do Brasil.


Avaliação e classificação
A apresentação do projeto “Mini-transponder para embarcações: para prevenção a acidentes na região ribeirinha de Abaetetuba-PA” ocorreu no dia 31 de março, por meio de teleconferência, em que os membros da banca faziam perguntas sobre o projeto aos integrantes da equipe. Nesta etapa, os jovens tiveram a oportunidade de demonstrar o domínio dos conteúdos, esclarecer dúvidas dos avaliadores referentes as etapas de testes, demostrar que de fato foram eles que desenvolveram a inovação e falar das expectativas quanto à patente da invenção.

As equipes que não tinham acesso à internet tiveram seus trabalhos avaliados pelo material encaminhado à Febrace, composto por vídeo, pôster e relatório. O projeto de Abaetetuba conquistou 1º lugar do Prêmio Marinha do Brasil Mentalidade Marítima, ficou entre os 281 projetos premiados. Foi o único do Pará a conquistar premiação. O resultado foi divulgado no dia 4 de abril.

 

18ª Febrace

A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace) é a maior mostra pré-universitária de Ciências e Engenharia do País, com projetos de todas as áreas do conhecimento. Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica brasileira, despertando novas vocações e induzindo práticas pedagógicas nas escolas.

Em decorrência da pandemia da Covid-19, a Febrace que é anualmente realizada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) por meio do Laboratório de Sistemas Integráveis, teve a 18ª edição realizada à distância, via internet. A Febrace 2020 contou com 295 escolas, 345 projetos finalistas, participação de 761 alunos de escolas do ensino básico. Dentre estes projetos, quatro foram submetidos por alunos do IFPA campi Abaetetuba (três projetos) e Marabá Industrial (com um projeto).

 

Conheça os projetos submetidos pelo IFPA à Febrace no link a seguir:

 

ENG010 - Desenvolvimento de braço robótico controlado por Arduíno como aplicação de estratégia para o ensino interdisciplinar e inovação tecnológica . Elaborado pelos estudantes do Campus Abaetetuba, Sofia Pantoja Araújo e Marcus Feitosa Russi orientados pelo professor Israel Peixoto Moraes.

 

ENG065 - Mini-transponder para embarcações: para prevenção a acidentes na região ribeirinha de Abaetetuba-PA de autoria dos estudantes do Campus Abaetetuba, Marco Antônio Sousa da Silva, Daniel Gonçalves da Silva, Rômulo Figueiredo Farias, sob a orientação dos professores Gilberto Luis Sousa da Silva e  Letícia Maria Viana Alves.

 

EXA204 - “MARABAZIN” – uma aventura socioambiental: desenvolvimento de um jogo que aborda questões socioambientais da cidade de Marabá-PA. Desenvolvido por estudantes do Campus Marabá Industrial Gustavo Paixão Machado e Gabriel Morandi de Mello, sob a orientação do professor Samuel Antônio Silva do Rosário.

 

HUM293 - Eco Caiaque e o reaproveitamento da poluição plástica: conservação ambiental e alternativa de renda para a comunidade ribeirinha do Rio Jarumã no município de Abaetetuba-Pará, elaborado pelas estudantes do Campus Abaetetuba Bianca Catarine Ferreira Ribeiro e Linda Fernanda Pereira Vilhena. Foram orientadas pelos professores Josiel do Rego Vilhena, Paulo Ferreira Rêgo.

 

Fonte: IFPA Reitoria

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